Domingo, 14 de Outubro de 2012
 

  Exercício nº 1

 “Sócrates – [A nossa discussão] Resume-se de facto, a isto: saber ou ignorar quem é feliz e quem não é. Retomando o ponto em debate, julgas que se pode ser feliz praticando o mal e vivendo na injustiça, uma vez que reconheces, por um lado, a injustiça de Arquelau e contudo, por outro lado, declaras que ele é feliz. É bem esta opinião que devemos considerar como tua?

Polo – Perfeitamente.

Sócrates – Eu sustento, pelo contrário, que isso é impossível. Aí tens o primeiro ponto. Posto isto, vejamos: será uma felicidade para o culpado pagar a sua falta e sofrer um castigo?

Polo – De forma alguma, porque com isso seria ainda mais infeliz.

Sócrates – Então, em teu entender, o culpado será feliz se não expiar a sua falta?

Polo – Certamente.

Sócrates – No meu entender, Polo, o homem culpado, tal como o injusto, é infeliz em qualquer caso, mas é-o, sobretudo, se não pagar as suas faltas e não sofrer o respectivo castigo; é-o menos, pelo contrário, se as pagar e se for castigado pelos deuses e pelos homens.”                                                                                                                                                                 Platão, Górgias, Lisboa Editora, 1997, p.83

    

  1. Identifica o tema que é objeto de discussão entre Sócrates e Polo.

  2. Identifica a tese defendida por Polo.

  3. Identifica a tese defendida por Sócrates.

  4. Dá um título ao texto.

  5. Com base na tese de Sócrates, diz quais são as premissas/razões que sustentam a sua conclusão.

 

Exercício 2

 

“Uma das mais nobres qualidades dos seres humanos é, na minha opinião e sem qualquer dúvida, o altruísmo[1]. (...)

Não são necessários muitos segundos para qualquer um de nós entender a importância que esta característica da natureza humana tem na nossa vida. Por exemplo, no meu caso em particular, se hoje me encontro nos EUA a estudar, isso deve-se ao altruísmo de um indivíduo (Calouste Gulbenkien) que decidiu deixar a sua enorme fortuna para a ajuda de outros, possibilitando dessa forma a oportunidade que hoje tenho. É também o altruísmo que faz com que, todos os dias, milhões de bombeiros, em todo o mundo, arrisquem as suas vidas, tentando salvar outras.

A atitude altruísta faz com que muitas pessoas sejam dadoras de sangue por toda a parte do globo. Em suma, os exemplos são mais do que muitos e acho que ninguém pode afirmar que nunca foi beneficiado por pelo menos uma das mais diversas formas de altruísmo.(...) Assim, penso que o altruísmo é fundamental para o bem estar de milhares de pessoas.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            (Adaptação de Eduardo Alexandre Silva, Público)

          1. Identifica o tema presente no texto.

          2. Enuncia a tese do autor.

          3. Apresenta os argumentos que apoiam a tese do autor.

          4. Identifica a conclusão do autor.

 

Exercício 3

 

“Consideremos, agora, o que é uma Igreja. Considero que uma Igreja é uma sociedade de homens, que se juntam livremente e de comum acordo, para, publicamente, prestarem culto a Deus, do modo que julgam que Lhe seja agradável a Ele e adequado à salvação das suas almas. Afirmo que se trata de uma sociedade livre e voluntária. Ninguém nasce membro de uma Igreja; se assim fosse, a religião dos pais chegaria às crianças, pelos mesmos direitos hereditários que os bens temporais, e cada um teria um credo pelo mesmo título pelo qual detém as suas terras, o que constitui o maior absurdo que se possa imaginar. Eis, então, como se apresenta este assunto: nenhum homem, por natureza, está vinculado a uma Igreja ou seita em particular, mas cada um se junta voluntariamente à sociedade na qual pensa encontrar a profissão e o culto que mais apraz a Deus. Como a esperança da salvação foi a única causa da sua entrada para tal comunhão, ela será também a única razão para aí permanecer. Se vier a descobrir algo de errado na doutrina ou de incongruente no culto da sociedade à qual se juntou, por que razão não é ele livre de sair do mesmo modo como entrou? Nenhum membro de uma sociedade religiosa pode ser ligado a ela por outros laços que não os que derivam de uma certa expectativa de vida eterna. Uma Igreja é, pois, uma sociedade de membros que voluntariamente se unem para alcançar esse fim.”                                                                                                                    J. Locke, Carta sobre a Tolerância, Lisboa Editora, Lisboa, p.63.

   1.Identifica o tema tratado no texto.

   2. Identifica a tese que o texto apresenta.

   3. O autor fundamenta a sua tese em argumentos. Identifica-os.

   4. Apresenta a conclusão que podemos inferir a partir da argumentação do autor.


Exercício 4


Imagina que tens que escrever um texto argumentativo para o blog da escola defendendo a necessidade de uma responsabilidade ecológica. Redige esse texto, apresentando pelo menos dois bons argumentos. Na redação do teu texto não te esqueças de:

 

  1. Formular uma questão/problema à qual se pretende dar uma resposta;

  2. Apresentar uma tese/teoria demonstre a nossa posição relativamente ao problema;

  3. Desenvolver argumentos que sustentem a nossa tese;

  4. Verificar a coerência dos nossos argumentos;

  5. Apresentar a conclusão.

[1] Altruísmo – sentimento de amor, interesse e dedicação por outrem.
(colaboração da  profª. Carla Sardinha)


publicado por ideias-em-movimento às 22:35
A minha posição crítica e pessoal sobre as teses de Polo e Sócrates.

Polo defende que é possível ser feliz na injustiça, na minha opinião há pessoas que conseguem ser felizes sendo injustas e praticando o mal, pois para essas pessoas conseguir tudo o que quiserem da maneira mais fácil torna-os felizes. Se os fazem felizes não se preocupam se estão a cometer um crime ou outra coisa do género.
Por outro lado há pessoas que não querem ir pelo lado mais fácil e esforçam-se para não serem injustas nem más.
Assim, eu penso que se é feliz sendo justo mas que também é possível ser injusto e praticar o mal e ser feliz na mesma.
Violeta Rotaru 10ºB
Anónimo a 30 de Outubro de 2012 às 21:03

Violeta, abres aqui a porta para o "Relativismo moral" de que falaremos mais tarde. E afinal, em que se fundamenta a felicidade?

A minha posição crítica e pessoal sobre as teses de Polo e Sócrates:

A minha posição crítica e pessoal sobre este assunto é semelhante a de Sócrates. Na minha opinião nenhum Homem é feliz praticando a injustiça, mesmo que o sinta, porque a meu ver o Homem só pratica a injustiça para proveito próprio, tornando-se interesseiro, e assim perde um bocado a parte de valor moral ao não se preocupar com o bem-estar universal. É injusto mas feliz há sua maneira, mas infeliz a partir de um valor moral que perde.
Logo aquele que pratica injustiça, a nível material considera-se feliz mas a nível moral e de valores pessoais é uma pessoa infeliz, mesmo que não o sinta.

10ºB Gonçalo
Gonçalo fernandes a 30 de Outubro de 2012 às 22:22

Gonçalo, é interessante a distinção que fazes entre "ser feliz" e "sentir-se feliz", relacionando o primeiro com a moral e o segundo com emoções. Talvez devesses desenvolver esta ideia de distinção... bem visto!

Neste blog, as ideias têm que estar em movimento, sujeitas a partilha, é esta a condição. Podemos fazê-lo de multiplas formas, através do comentário, discussão e debate, questionando a nossa realidade para a perceber melhor.
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