Domingo, 14 de Outubro de 2012

“A filosofia é uma atividade: é uma forma de pensar acerca de certas questões. A sua característica mais marcante é o uso de argumentos lógicos. A atividade dos filósofos é, tipicamente, argumentativa: ou inventam argumentos, ou criticam os argumentos de outras pessoas, ou fazem as duas coisas.”

 

Nigel Warburton, Elementos Básicos da Filosofia, Ed. Gradiva, Lx, 1997, pp. 19-20.

 

            Se a atividade dos filósofos consiste na reflexão acerca de determinadas questões e esta se presentifica na argumentação, então cabe-nos agora, enquanto aprendizes de filosofia, saber o que é argumentar, saber reconhecer argumentos em textos e finalmente, saber escrever um texto argumentativo.

 

            Filosofia e Argumentação

 

            “Nem todos os pontos de vista são iguais. Algumas conclusões podem ser defendidas com boas razões e outras com razões menos boas. No entanto, não sabemos na maioria das vezes quais são as melhores conclusões. Precisamos, por isso, de apresentar argumentos para sustentar diferentes conclusões e, depois, avaliar tais argumentos para ver se são realmente bons.

            Neste sentido, um argumento é uma forma de investigação. [...]

            Uma vez chegados a uma conclusão baseada em boas razões, os argumentos são a forma pela qual a explicamos e defendemos. Um bom argumento não se limita a repetir as conclusões. Em vez disso, oferece razões e dados suficientes para que as outras pessoas possam formar a sua própria opinião.”

 

Anthony Weston, A Arte de Argumentar, Ed. Gradiva, Lx, 1996, pp. 14-15.

 

            Depois de uma leitura atenta do texto podemos concluir que a argumentação consiste na apresentação de argumentos, isto é, num conjunto de razões estruturadas e coerentes, que fundamentem/justifiquem as nossas conclusões.

 

          O que são argumentos?

 

      “Algumas pessoas pensam que argumentar é apenas expor os seus argumentos de uma forma nova. É por isso que muita gente considera que argumentar é desagradável e inútil, confundindo argumentar com discutir. Dizemos por vezes que discutir é uma espécie de luta verbal. Contudo, argumentar não é nada disso.

[...] “Argumentar” quer dizer oferecer um conjunto de razões a favor de uma conclusão ou oferecer dados favoráveis a uma conclusão. Argumentar não é apenas a afirmação de determinado ponto de vista nem uma discussão. Os argumentos são tentativas de sustentar certos pontos de vista com razões. Neste sentido, os argumentos não são inúteis; na verdade são essenciais.

Os argumentos são essenciais, em primeiro lugar, porque constituem uma forma de tentarmos descobrir quais os melhores pontos de vista. Nem todos os pontos de vista são iguais. Algumas conclusões podem ser defendidas com boas razões e outras menos boas. No entanto, não sabemos na maioria das vezes quais são as melhores conclusões. Precisamos, por isso, de apresentar argumentos para sustentar diferentes conclusões e, depois, avaliar tais argumentos para ver se são realmente bons.

Neste sentido, um argumento é uma forma de investigação. [...] Os argumentos também são essenciais por outra razão. Uma vez chegados a uma conclusão baseada em boas razões, os argumentos são a forma pela qual a explicamos e a defendemos. Um bom argumento não se limita a repetir conclusões. Em vez disso, oferece razões e dados suficientes para que as outras pessoas possam formar a sua opinião.”

 

Anthony Weston, A Arte de Argumentar, Edições Gradiva, Lisboa, 1996, pp. 13-14.

 

(seleção de  textos profª. Carla Sardinha)



publicado por ideias-em-movimento às 22:32
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