Segunda-feira, 28 de Novembro de 2011

Livre-arbítrio ou determinismo?

Embora façamos homenagens verbais ao nosso amor ao livre-arbítrio, na hora da verdade agarramo-nos ao determinismo para nos salvarmos. (…) Assim o fazem todos os criminosos que utilizam a defesa de insanidade ou de responsabilidade diminuída. Assim o fazem todos os cônjuges ciumentos que utilizam a defesa da insanidade temporária depois de terem assassinado o parceiro infiel. Assim o faz o parceiro infiel quando justifica a infidelidade. Assim o fazem todos os grandes empresários que utilizam a culpa da doença de Alzheimer quando acusados de fraude contra os acionistas.

 

Assim o faz uma criança no recreio ao dizer que um amigo o obrigou a fazê-lo. Assim o faz cada um de nós quando voluntariamente alinhamos com uma sugestão subtil do terapeuta de que devemos culpar os nossos pais pela nossa infelicidade actual. Assim o faz um político que culpa as condições sociais pela criminalidade da zona. (…) Assim o fazem todas as pessoas que consultam o horóscopo. Em cada caso existe um abraço voluntário, feliz e agradecido ao determinismo. Longe de amarmos o livre-arbítrio, parecemos ser uma espécie que positivamente se precipita para o entregar (ao tribunal) sempre que pode.



Adaptação de Matt Ridley, Genoma, Gradiva

 

 

 

 
Para os meus alunos do 10º ano:
 
Vamos lá aplicar alguns conhecimentos. Comecemos por: 
 
    1. arranjar coragem;
    2. analisar os conteúdos do texto e do vídeo;
    3. esclarecer dúvidas (usando o comentário);
    4. enunciar o problema em análise;
    5. definir a/as tese/s assumida/s;
    6. identificar os argumentos que sustentam a/s tese/s assumida/s.
    7. arriscar expôr uma posição própria sobre o assunto.
 

Por agora, se conseguirem chegar ao ponto 3, já fico satisfeito. O resto pode ir sendo feito até ao final do ano letivo, de acordo com o vosso ritmo e disponibilidade. Bom trabalho!

 

 



publicado por ideias-em-movimento às 23:20
Domingo, 27 de Novembro de 2011

O facebook e a proteção de dados

 

Um assunto de interesse geral que pode interessar aos mais incautos relativamente aos dados que aí são publicados ou partilhados. A ideia de que o facebook se trata apenas de um meio de troca de fotos ou mensagens ou outros recursos comunicativos, num ambiente virtual socialmente estimulante, é, no minimo, uma ideia algo ingénua. Com efeito, as informações que aí são publicadas, passam a integrar um gigante banco de dados suscetivel de ser usado para muitas finalidades e durante periodos de tempo indefinidos. Um assunto que merece a nossa reflexão no sentido de uma melhor gestão dos dados que aí disponibilizamos, evitanto riscos ou problemas relativamente ao uso que poderão fazer das informações que aí se publicam.

 

 

 

 

 



publicado por ideias-em-movimento às 21:48
Domingo, 20 de Novembro de 2011

Mais uma proposta de análise e reflexão sobre o que se vai passando por cá. A fonte também nos parece ser fidedigna, o seu autor assume as suas afirmações com competência e rigor documental, em matérias de grande polémica como o envolvimento da Igreja, empresas e organizações nacionais e estrangeiras no não menos polémico caso do offshore da Madeira.

 

Numa conjuntura em que se questiona a origem da crise profunda que vivemos, e sobre quem recai a sua responsabilidade e formas de superação, podemos perceber que grande parte do seu peso  continua a recair sobre aqueles cuja responsabilidade é residual, continuando os que mais têm a subtrair-se à responsabilidade de a pagarem, protegidos pela lei.

 

Um registo que nos leva a um livro cuja leitura se revela indispensável. Educar para a procura da verdade continua a ser um dos principais alicerses para a construção e manutenção da boa qualidade da Democracia e uma forma de combate ao abuso por parte dos que dela se aproveitam para se beneficiarem privadamente.

 

Não se trata aqui de ilegalidade,  dado que o estranho fenómeno do "offshore" ainda é uma figura juridicamente legitimada em muitos países, e também no nosso. Trata-se muito mais de uma questão que coloca em confronto a legalidade e a eticidade. E é aqui que a nossa reflexão se torna pertinente, no sentido de avaliar criticamente a falta de equidade e justiça em determinadas leis que se institucionalizaram e foram ficando para servir o interesse de uma minoria financeiramente maioritária e que, por essa razão ou esse efeito, continuam a subtrair-se ao pagamento de impostos na mesma escala que os demais cidadãos. Porém, é cultura dominante argumentar o estatuto de legalidade deixando para segundo plano a questão da eticidade. Não deveria ser o contrário? Uma boa lei não deveria começar por ter todas a virtualidades éticas para poder impor-se como lei justa? E os partidos politicos e os deputados que resistem em operar estas mudanças, quem representam eles, a maioria da sociedade que os elege e que seria beneficiada pela equidade, ou a minoria oligarquica que sai beneficiada com a falta de equidade? Aqui fica um registo como ponto de partida, deixando a liberdade de cada um se conduzir até ao seu ponto e chegada. Venham daí esses argumentos!

 



publicado por ideias-em-movimento às 13:29
Sábado, 19 de Novembro de 2011

 

PERCEBER PRIMEIRO PARA REFLETIR DEPOIS

 

O primeiro passo para uma boa rflexão filosófica é investigar e apurar a verdade sobre os assuntos  sobre os quais pretendemos refletir, com informações fidedignas a partir de fontes seguras. Neste sentido poderemos garantir que a reflexão efetuada não poderá ser descredibilizada. Estão assim criados os alicerses sobre os quais será efetuada a construção das nossas ideias, respeitando a racionalidade e a estrutura que as organiza.

 

Este vídeo não foi até agora contestado ou refutadas as informações nele contidas. Podemos assumi-lo como hipótese credivel e ponto de partida para uma reflexao sobre o modo como funciona o exercício do poder, quem domina e quem é dominado, bem como a fragilidade e o mito em que se transformaram instituições como a ONU, entre outras. Determina, no entanto, a cautela e a lucidez que estejamos atentos ao poder de manipulação da informação que se difunde devendo, a todo o momento, ser posta em causa qualquer fonte informativa, logo que surjam indicios de tal possibilidade manipulatória.


publicado por ideias-em-movimento às 22:43
Quinta-feira, 17 de Novembro de 2011

 

Quem disse que futebol e Filosofia não combinam?! Este é o melhor exemplo!

 

 

 

 

 


publicado por ideias-em-movimento às 21:56
Segunda-feira, 14 de Novembro de 2011

 

  

 


 

filosofia pode ser definida como um atividade intelectual que procura analisar, compreender e dar respostas aos problemas ou questões com que se debate a humanidade e aos quais a ciência não dá resposta . Cada filósofo sobre estes problemas formula os seus pontos de vista, produzindo afirmações ( teses, teorias) sustentadas num conjunto de razões (argumentos ) credíveis, isto é, suscetíveis de convencer as pessoas da verdade das suas conclusões.


 

1. Num discurso filosófico podemos encontrar os seguintes elementos: 

 

Problema/Questão, Teoria/Tese, Argumentos, Contra-Argumentos, Conclusão.

 

Problema: O enigma que se procura encontrar uma resposta.

Exemplo: O que é a realidade ?

.

Questão: Uma forma particular de formular o problema de modo a que o mesmo possa ser abordado, numa dada perspectiva. A formulação da questão acaba assim por evidenciar alguns aspectos do problema, secundarizando outros. Alguns autores não fazem qualquer distinção entre problema e questão.

Exemplo: A realidade pode reduzir-se apenas ao que vemos ?

 

Tese: A resposta ou hipótese explicativa sobre um determinado problema. A tese, em certo sentido, coincide com a conclusão.

 

Teoria. Uma tese apresentada de uma forma coerente e apoiada num conjunto de argumentos convincentes da sua verdade.

 

Argumentos: Razões que fundamentam a tese e nos conduzem a admitir uma dada conclusão (tese/teoria).  

 

Contra-argumentos: As razões que podem ser apontadas para desmentirem as afirmações apresentadas. 

 

Refutação: As razões que podem ser indicadas para mostrar que os contra-argumentos são inconsistentes para negarem
as teses/eorias.

 

Conclusão: As respostas a que teremos que chegar tendo em conta a validade dos argumentos apresentados, assim
como os raciocínios efectuados.  


 

2. Na defesa de uma dada tese, podemos produzir três tipos fundamentais argumentos, de acordo como o modo como raciocinamos.

 

Argumentos dedutivos : A partir de premissas (afirmações, argumentos) é deduzida uma dada conclusão que se apresenta como necessária e válida. Se as premissas forem verdadeiras e o raciocínio for correto, então a conclusão será também verdadeira.


Exemplos:  

Todos os homens são mortais 

Os gregos são homens

Logo, os gregos são mortais

 

É verdade tudo penso de forma clara e distinta

Penso de forma clara e distinta que a existência pertence à essência de Deus

Logo, é verdade que Deus Existe. 

(adaptado de Descartes) 

 

 

Argumentos indutivos : A partir de conjunto de premissas particulares induzimos uma conclusão mais geral que se apresenta como logicamente possível, provável mas não necessária.


Exemplos:

A Susana pertence a uma Associação Green Peace

A maioria das pessoas que pertencem a tal associação opõe-se à destruição da Mata de Barão.

Logo, Susana vai opor-se à destruição  da Mata de Barão.

 

"Outrora as mulheres casavam-se muito novas. A Julieta da peça Romeu e Julieta, de Shakespeare, ainda não tinha 14 anos. Na Idade Média, 13 anos era a idade normal de casamento para uma rapariga judia. E durante o Império Romano muitas mulheres casavam aos 13 anos, ou mesmo mais novas". (A. Weston, A Arte de Argumentar)

 

Durante séculos inúmeras observações e experiências nunca desmentiram esta afirmação

Nunca se encontrou algo que a sugerisse que a mesma pudesse ser falsa

Logo, temos que concluir que a mesma é uma verdade absoluta.

 


Argumentos analógicos : Com base em duas ou mais premissas estabelecemos relações de semelhança entre elas, procuramos extrair uma conclusão que se apresenta como logicamente possível,  provável mas não necessária.


Exemplo:

Colhe-se o que se semeia. Se plantarmos amoras, colhemos amoras. Se plantarmos cebolas obtemos cebolas. Do mesmo modo quem semeia a guerra não pode esperar obter paz, justiça e fraternidade  (adpt de W.Salmon)

 

 

3. Demonstração e Argumentação

  •  Argumentar é expor de forma encadeada um conjunto de argumentos (razões) que justificam uma conclusão. Por outras palavras, um argumento é um conjunto de premissas (razões, provas, ideias) apresentadas para sustentar uma tese ou um ponto de vista. 
  •  Conforme os tipo de argumentos (razões) que nos servimos para justificar uma dada conclusão, podemos estar perante uma demonstração ou uma argumentação. Foi Aristóteles no Organon, quem fez pela primeira vez esta distinção.
  • No caso da demonstração, os argumentos (premissas) são verdadeiros e a partir deles só podemos deduzir uma conclusão verdadeira.

            Exemplo: 

           Todos os mamíferos têm pulmões

           Todas as baleias são mamíferos

           Logo, todas as baleias têm pulmões

 

  • As premissas que partimos são verdadeiras e também inquestionáveis. A conclusão só pode ser uma. Negá-la seria entrar em contradição. Aristóteles designou este tipo raciocínio de analítico.
  • No caso da argumentação os argumentos (premissas) são mais ou menos prováveis. Muitos pessoas são suscetíveis de serem convencidos que os mesmos verdadeiros, mas nem todas irão concordar com esta posição. A conclusão está longe de gerar uma unanimidade. 

        Exemplo:

       Todos os alunos são estudiosos

       João é aluno

       Logo, João é estudioso

  • A premissa que partimos é muito discutível. A conclusão inferida a partir da conclusão, embora logicamente válida, não obtendo a concordância de todos. Aristóteles designou este tipo raciocínio de dialético. Neste caso o orador não se pode limitar a expor algo que é admitido como verdadeiro, mas tem que persuadir quem o ouve da sua veracidade das suas conclusões.
  • Com base nos exemplos anteriores, podemos afirmar que a argumentação se distingue da demonstração em muitos aspetos, tais como: 

      Na argumentação a conclusão é mais ou menos plausível; as provas apresentadas são         suscetíveis de múltiplas  interpretações, frequentemente marcadas pela subjetividade de quem argumenta e do contexto em que o faz. Na argumentação procura-se acima de tudo, convencer alguém que uma dada tese é preferível à sua rival. É por isso que só se argumenta nas situações em que existem várias respostas possíveis. Toda a argumentação implica deste modo o envolvimento ou comprometimento de alguém em determinadas teses.


      Na demonstração a conclusão é universal, decorrendo de forma necessária das premissas, e impõe-se desde logo à consciência como verdadeira; as provas são sem margem de erro e não estão contaminadas por fatores subjetivos ou de contexto. A demonstração assume um carácter impessoal. É por isso que  podemos dizer que a mesma foi correta  ou incorretamente feita, dado só se admitir uma única conclusão.

  • O discurso argumentativo supõe a disponibilidade de duas ou mais pessoas (interlocutores), para confrontarem de forma pacífica, os seus pontos de vista e argumentos. Fazem-no de um modo que procura cativar a atenção e adesão às suas ideias por parte de quem os ouve (auditório). Três das condições para que isso possa acontecer: o discurso dever ser coerente e consistente, isto é credível,  mas também o orador tem que ser persuasivo. 


publicado por ideias-em-movimento às 22:50
Neste blog, as ideias têm que estar em movimento, sujeitas a partilha, é esta a condição. Podemos fazê-lo de multiplas formas, através do comentário, discussão e debate, questionando a nossa realidade para a perceber melhor.
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