Sexta-feira, 02 de Setembro de 2011
 
 
 
Aos meus alunos e alunas,
 
 
Este ano lectivo de 2012-2013 vão ter a oportunidade de conhecer mais uma disciplina, a Filosofia. Muitos de vocês já ouviram falar desta Coisa, através dos pais, dos colegas, dos amigos, etc. Como nunca estudaram filosofia na escola, na sua maioria,  talvez tenham uma ideia vaga ou até errada sobre o assunto. Ou talvez não tenham ideia nenhuma. Como é natural, ficarão a saber melhor o que é a filosofia depois de a terem estudado correctamente.
 
De qualquer modo, se forem interlocutores num diálogo em que se fale de Filosofia, não deixem de colocar perguntas sobre aquilo que ouvem, sejam críticos e tentem distinguir se se trata de uma mera opinião de alguém que gosta de falar de tudo sem saber de coisa alguma, ou  se fundamenta o que diz, de forma informada e esclarecida.
 
Ainda assim, as posições assumidas pelos outros, relativamente a este assunto, não têm que ser forçosamente as vossas, dado que a Filosofia se caracteriza pela subjectividade, entre muitas outras características que oportunamente iremos aprender.
 
Por isso, não venham para as minhas aulas com as certezas dos outros, como se fossem vossas. Tragam-me a vossa ignorância esclarecida, as vossas dúvidas, a vossa curiosidade, a vossa vontade de saber por vocês próprios.
 
Ah... e afinal o que é isto da Filosofia? Não vos vou responder assim, sem vos conhecer primeiro. Aliás, pensando melhor, acho que nem vos vou responder... vocês é que vão tentar encontrar  a resposta, com a minha ajuda, naturalmente.
 
Pensando nisso, vou deixar-vos o primeiro desafio. Vejam o seguinte vídeo e deixem os vossos comentários.
 
 
Fernando Ildefonso
 
 
 
 
 
 
Depois da análise ao contéudo do vídeo anterior,  o que podemos concluir?
 
    1. Nem sempre entendemos porque acontecem as coisas;
    2. Nem sempre tentamos perceber porque agimos de determinada maneira;
    3. Acomodamo-nos a hábitos e rotinas sem as questionar;
    4. Aceitamos passivamente regras e práticas só porque alguém ou a maioria as aplica;
    5. Seguimos o exemplo de pessoas sem saber se elas próprias sabem o que andam a fazer;
    6. Somos manipulados sem tentarmos saber por quem e porque nos manipulam;
    7. ...
 
Agora vamos tentar identificar:
 
  1. O problema em análise;
  2. A teoria explicativa;
  3. Os argumentos que sustentam a teoria.

A Filosofia ensina-nos a questionar a realidade. E começa muito cedo a surgir na nossa vida. As crianças costumam ser as "melhores filósofas", pelo menos a avaliar pelas perguntas difíceis que embaraçam qualquer adulto menos preparado. De forma um pouco mais elaborada, a partir dos 14 anos, começam-se a colocar questões relacionadas com os valores de bem, verdade, justiça, felicidade, sentido da vida, etc. Já entendem que as questões filosóficas se distinguem das da ciência, da religião, da matemática ou da literatura.

 

E que tipo de questões são específicas da Filosofia?

 

Vamos descobrir. Para ajudar vamos ver e analisar o próximo vídeo...

 
 
 

 
 
Agora vamos também tentar identificar:
  1. O problema em análise;
  2. A teoria explicativa;
  3. Os argumentos que sustentam a teoria.

Naturalmente, não te é estranha a designação de "mito" ou "alegoria" aplicada a esta pequena história. Trata-se de uma história que simbolicamente retrata o ser humano no seu percurso de aquisição do conhecimento da realidade. Demonstra que tanto podemos viver de acordo com um conhecimento esclarecido e verdadeiro da realidade, como podemos viver num mundo de preconceitos, fantasias e ilusões.  
 
Assim, Platão, estabeleceu o ponto de partida para uma reflexão gnoseológica, questionando o que é o verdadeiro conhecimento e como lá chegar, por oposição aos preconceitos que são conhecimentos defeituosos, ricos em lacunas e imprecisões. Por isso se fala aqui de "Caverna". Mas o que significa isto de "Caverna". Que quererá Platão dizer-nos com esta expressão?
 
Como deves ter reparado, esta história é uma metáfora. A "Caverna", simboliza algo mais, um estado obscuro, pouco esclarecido ou preconceituoso do nosso pensamento em relação aos seus conteúdos.
 
Platão/Sócrates entendiam que o conhecimento que nós construimos sobre a realidade não se deve basear nas impressões  e perceções sensoriais da visão, audição, tato, paladar, olfato; ou na tradição,  no "ouvir dizer", do tipo "sempre foi assim..."; ou ainda, "vi no telejornal",  etc., etc. Esse conhecimento, para ser verdadeiro, deve ser explicado e justificado com argumentos próprios.
  
E o que pensas tu sobre o que será o verdadeiro conhecimento?
 
Ora vejamos como te sais neste desafio...
 
Se eu te dissesse que, afinal,  é o Sol que gira à volta da Terra (geocentrismo) e não o contrário, (heliocentrismo) acreditarias em mim, porque sou professor? Como conseguirás tu demonstrar-me o contrário? 
 
 
 OUTRAS QUESTÕES FILOSÓFICAS
 
 
 
 
Como nos casos anteriores, vamos também tentar identificar:
  1. O problema em análise;
  2. A teoria explicativa;
  3. Os argumentos que sustentam a teoria.

 

Bem, estarás agora preparado(a) para avaliar o seguinte:
 
1. Que tipo de questões filosóficas levanta o discurso desta menina na ONU? 
 
2. Que método foi usado pela menina para evidênciar essas questões?
 
 
 
 


publicado por ideias-em-movimento às 16:38
Neste blog, as ideias têm que estar em movimento, sujeitas a partilha, é esta a condição. Podemos fazê-lo de multiplas formas, através do comentário, discussão e debate, questionando a nossa realidade para a perceber melhor.
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