Para melhor se perceber os contéudos a seguir analisados, vamos tentar estabelecer uma analogia com o Lego. Vamos falar da Filosofia como uma construção. Esta é a nossa tese, a Filosofia é uma construção. Tal como no Lego existem as peças soltas para posteriores construções, também em Filosofia necessitamos de uma base de trabalho, peças com as quais possamos construir níveis mais elaborados do pensamento. Essas peças em Filosofia vamos denominá-las de "conceitos", as unidades minímas de sentido a partir das quais ampliamos o nosso pensamento para formas cada vez mais complexas e estruturadas. Estas peças, os conceitos, devem ser construidas com muito rigor para que as construções seguintes não venham a ser comprometidas e deformadas por erros cometidos na construção dos conceitos. A seguir sucedem-se outros níveis de construção, o Juízo e o Racioncínio. Vamos então ilustrar isto que acabamos de dizer...
1. CONCEITO
Extensão e Intensão (compreensão) dos conceitos
Ao examinarmos um conceito, em termos lógicos, devemos considerar a sua extensão e a sua intensão (compreensão).
Vejamos, por exemplo, o conceito Homem.
A extensão desse conceito refere-se a todo o conjunto de indivíduosaos quais se possa aplicar a designação homem.
A intensão (compreensão) do conceito homem refere-se ao conjunto de qualidades que um indivíduo deve possuir para ser designado pelo termo homem: humano, ser, animal, vertebrado, mamífero, bípede, racional. Esta última qualidade é aquela que efetivamente distingue o homem dentre os demais seres vivos
2. JUÍZO
Entende-se por juízo qualquer tipo de afirmação ou negação entre duas ideias ou dois conceitos. Ao afirmarmos, por exemplo, que “Todo o homem é racional”, acabamos de formular um juízo. Pode ser verdeiro ou falso. Será verdadeiro se a relação entre S e P estiver de acordo com a realidade. Será falso se tal não se verificar.
O enunciado verbal de um juízo é denominado proposição, uma relação entre dois ou mais conceitos.
3. RACIOCÍNIO
É o processo intelectual que consiste em relacionar dois ou mais juízos/proposições antecedentes (premissas) , em busca de um novo juízo/proposição, denominado conclusão.
Vejamos um exemplo típico de raciocínio:
1ª) premissa - Se todo o ser humano é racional;
2ª) premissa – e o Luis é um ser humano;
conclusão - logo, o Luis é racional.
O enunciado de um raciocínio através da linguagem falada ou escrita é chamado de argumento. Pode ser válido, verdadeiro ou falso. Argumentar significa, portanto, expressar verbalmente um raciocínio.